SAUDAÇÕES


BEM VINDOS AO ALTOS PAPOS EDUCATIVOS

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os papéis da Escola

São vários:
Em branco: A crítica deixa passar em branco tudo o que queremos, tudo o que podemos, tudo o que vivemos.

Em carbono: copia e não cria, moda que vai, moda que vem, é logo engolida, cuspida, sem vida.

Em moeda: mercenária, embrulha e manda.

Em pautado: certinha, sempre na linha, caminha sozinha, definda e finda, sem nunca encontrar outra linha.

Em quadriculado: nos enquadra e nos prende, não entende o que faz, arrelia tanto a gente, é perversa por demais.

Em picado: ela é ra-cha-da/ cor-ta-da/ frag-men-ta-da. E em seu papel naturalmente, der-ro-ta-da.

Em reciclado: ecológica, recicla o vidro, o metal, seu papel e as pessoas.

Em pergaminho:ir além sem medo indo, meditando no caminho, ela liga e religa coisas belas e simples.

Em vegetal: transparente, se permeia da visão do mais premente que é o crescer de toda a gente.

Em pipa: forte, sendo frágil leve contra o vento,
sonhando, se articula, tem muita estrutura,
solta, sendo presa, que gente competente
voando faz firula. que jogo de cintura!!!

Tantos papéis, tantas escolas. Qual é o papel que de fato conta? Espero que não seja o papel de bobo. Há ainda um papel que engloba todos esses e quanto mais se inventarem por aí. É o papel moral da escola. O papel de se fazer diferença para melhorar, a vida das pessoas.
Pense e reflita.
"Qual é o meu papel e o de minha escola?"
"Há papéis a serem modificados/adicionados/retirados?"
"Quais são???"

A importância da ética

A ética é uma palavra pequena,porém carregada de significado. Esta palavra com apenas 5 letras é forte para alguns, perigosa para outros e irrelevante para àqueles que desconhecem a abrangência do seu significado.
Hoje, podemos dizer que para cada segmento da sociedade há uma definição para ética. Por exemplo, um técnico pode se referir a um jogador omisso de suas obrigações que ele faltou com a ética, uma vez que, ele não teve consciência e nem responsabilidade no exercício de suas atividades. Em outra situação podemos dizer que uma diretora faltou com a ética ao chamar à atenção de um( a) professor(a) na frente de outros.
Grandes pensadores, estudiosos e intelectuais foram além do mero significado denotativo da ética. Tais homens mensuram a importância da ética na vida de cada indivíduo, em outras palavras, deram a ela o grau de destaque que ela deve assumir na vida de cada cidadão.
Dentre os filósofos podemos destacar Aristóteles e Platão que muito contribuíram com seus estudos sobre a ética.
A ética faz do homem um ser humano melhor, isso porque quem é ético age com amor, justiça, sabedoria, bondade, qualidades que se enquadram na definição da própria palavra: ciência da moral.
Ao debruçar sob a ótica de Gabriel Chalita, educador, escritor e palestrante renomado acredito assim como ele que a ética pode ser desmembrada em dez mandamentos, os quais contribuem para uma refinação, uma maior polidez nas posturas humanas frente a qualquer tipo de ambiente.
Sem dúvida um homem ético é mais amigável, mais confiável, mais sábio, mais consciente e responsável, embora não deixe de ser imperfeito, mas o que importa é reconhecermos nossas fraquezas e nos empenharmos em cultivar boas maneiras que afinal de contas não está fora de moda e já que ética é sinônimo de boas maneiras, estaremos agindo eticamente.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O desafio de um professor – Um olhar sobre o filme Ao Mestre com carinho

O filme ao mestre com carinho mostra como o educador pode contribuir na boa formação de seus alunos.
Desde o início, o filme destaca como é difícil a trajetória de um profissional da educação, mas deixa exemplo de que é preciso muita determinação, boa vontade, interesse e até mesmo bom senso para romper paradigmas, modificar posturas tradicionais que muitas vezes são ineficazes e causam apatia.
Em Ao mestre com carinho é brilhante o modo como o professor, protagonizado pelo ator Sidney Pottier mostra como é possível ajudar jovens apáticos, que pertencem às camadas desfavorecidas da população.
É interessante destacar que Mark, o personagem vivido pelo professor na verdade não é professor, por isso ele não estava submetido a padrões de comportamento esperado de professores: não fala mal de alunos, não reclama do salário, não toma educação como um fim e por ser um profissional do “mundo externo” à escola, ele pode ver a escola como um meio, preparando os alunos para vida.
O docente percebe que em sua classe os adolescentes são rebeldes, estão desestimulados justamente porque vêem à sua frente paisagens áridas, sem cor, falta de perspectivas positivas, muitos têm como herança famílias desestruturadas, lares destruídos, infância traumática. Todas as experiências negativas marcaram estes jovens, deixando-os sem brilho, sem energia e disposição, é como se estivessem desencantados, adormecidos, impossibilitados de sonhar, é aí que entra a figura do professor: ele consegue ajudá-los a sonhar, a transformar suas vidas, a acreditarem em si mesmos.
Na verdade notamos que há uma troca entre professor e alunos, pois inicialmente Mark estava lecionando somente por falta de opção, mas depois, ele descobre que ser professor é algo grandioso, pois sente que tem o poder de transformar, de modificar atitudes, posturas e vê que todo esse processo é algo recompensador, embora seja um grande desafio. Já para os alunos a relação é baseada primeiramente no modelo, ou seja, o professor é quase um ícone de adoração, que no filme vai se confirmar no caso da aluna que até mesmo se apaixona pelo professor. Além disso, os alunos aprendem como expressar seus sentimentos, suas emoções, têm uma verdadeira lição de amor, respeito, consideração e isto é demonstrado no enterro da mãe de um colega, quando a turma compra uma coroa e leva-a no enterro, mesmo sabendo que não era bem visto um homem ou mulher dar atenção a famílias em que há mistura racial.
A turma mostra ao professor seus sentimentos, sua capacidade de mudança, ensina-o dançar, controlar seus impulsos, ser paciente, ter coragem para mudar.
Enfim o filme ao mestre com carinho é uma bela lição para os professores, pois nos mostra entre outras coisas, que o processo de ensino aprendizagem há sempre uma troca entre docentes e discentes.
O professor busca entender os anseios dos alunos por meio de perguntas, “pensar certo implica a existência de sujeitos que pensam mediados por objeto ou objetos que incide o próprio pensar dos sujeitos” (Pedagogia da Autonomia – Paulo Freire) O objeto vem a ser os alunos que permitem ao professor repensar sua prática docente. Porque ele viu que naquele cenário eles precisavam muito mais do que meros conteúdos curriculares, já que a realidade vivida por esses jovens era marcada por falta de expectativa, cheia de preconceitos e sem valores sociais.

Bullyimg – Um comportamento crescente no âmbito escolar

A pesquisadora e educadora brasileira Cléo Fante, graduada em História e Pedagogia, Doutora em Ciência da Educação, é pioneira no Brasil na pesquisa sobre o bullying escolar é autora do projeto Educar para a Paz. Segundo Cléo Fante a intolerância, a ausência de parâmetros que orientam a convivência pacífica e a falta de habilidade para resolver conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. De acordo com ela a matéria mais difícil da escola não é matemática ou biologia, e sim a convivência, que é a mais difícil de ser aprendida para muitos alunos.
Atualmente temos escutado muito o temo bullyng escolar. Este termo vem do inglês e serve para conceituar comportamentos agressivos e atitudes sociais que envolvam violência no ambiente escolar. Pode-se definir como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, que é cometido e sofrido por um ou mais alunos. Esses insultos e intimidações de vários tipos causam constrangimento, humilhação e mágoa aos que sofrem nas mãos dos agressores.
O bullyng apresenta algumas características bem específicas, tais como: causar danos não só físicos mas também psicológicos que acabam causando exclusão em vários contextos da vida para aqueles que sofrem tais práticas covardes.
Esta prática tem despertado muito interesse em profissionais da área da educação e da saúde, isto porque tem impacto direto na vida escolar e social da vitima. Eles podem sofrer no ambiente escolar: queda na concentração e na aprendizagem, queda no rendimento e evasão escolar. Na questão da saúde física e mental: baixa imunidade, baixa auto-estima, stress, transtornos psicológicos, depressão e até o suicídio.
De acordo com especialistas este comportamento expressado por estes agressores que praticam bullyng tem causas variadas. A carência afetiva aparece entres as causas, e envolve falta de limites e a reprodução de maus tratos sofridos pelo agressor em casa ou até mesmo na escola
Estudos revelam os papéis dos atores neste cenário onde está inserido a prática do bullyng:
A “vitima típica” é aquele que se imputa todos os reveses;
A ‘vitima provocadora”os que provocam reações contra o que não tem habilidade para lidar com a situação;
A ‘vitima agressora’ é reprodutora de maus tratos sofridos previamente;
O “agressor” é aquele que vitimiza os que consideram serem mais fracos;
O “expectador” presencia as agressões no entanto não sofre e nem as pratica.
Os que praticam o bullyng apresentam uma enorme necessidade de impor sua autoridade sobre outros, buscam freneticamente a aceitação por parte de um determinado grupo ou ainda por não conseguir expressar seus sentimentos procuram chamar atenção para si através desta desses atos.
Uma pesquisa realizada pela ABRAPIA com apoio da Petrobrás com alunos de escolas do Ensino Fundamental do Rio de Janeiro apresentou uma estatística com crianças e adolescentes que já foram vitimas de alguma modalidade de bullyng. O resultado revelou que dos 5.870 alunos entrevistados, 40,5% estavam envolvidos com bullyng, seja como autores ou como vitimas. Este estudo buscou através dos resultados obtidos, encontrar maneira de suprimir essa prática, para isso foram convocados os pais, professores e os próprios alunos. (http://www.bullying.com.br)
Segundo o médico Aramis Lopes Neto, coordenador do primeiro estudo feito no Brasil a respeito do da prática do bullyng, intitulado: Diga não ao bullyng – que é um programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Este estudo foi realizado através da ABRAPIA. Os riscos, de acordo com a pesquisa, é que os autores dessa prática por adotarem este comportamento de risco, podem se transformar em adultos violentos.
Cada escola deve desenvolver estratégias para combater esta prática entre seus alunos. Deve-se levar em conta as características da população, em que tipo de ambiente doméstico vive este jovem. Procurando assim adequar o conteúdo programático escolar a realidade deste jovem. É importante desenvolver programas que tenham como objetivo identificar o potencial destes jovens, para que possam colocar em prática sua cidadania.
De acordo com um artigo da revista Despertai de março de 2007 “os jovens precisam de alguém para conversar sobre seus objetivos, problemas anseios e também necessitam de bons amigos, conforme vão crescendo necessitam de um senso de identidade e de individualidade”. Diante deste cenário não só a escola, mas principalmente a família deve desempenhar este papel norteador ao acompanhar os filhos. Os pais devem estar atentos a qualquer mudança de comportamento, pois pode ser um indicativo de que alguma coisa não vai bem.
O sucesso em combater esta terrível prática do bullyng, está em compreender a diversidade que está por trás deste desvio de comportamento. A ação conjunta da escola, dos educadores, dos pais e da comunidade é que poderão trazer o êxito diante deste fato.